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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

Seg | 19.05.14

Sobre insónias e pensamentos esquisitos


Antes de ontem, materializou-se cá em casa a série Cosmos, uma espécie de documentário científico.  Na verdade é a continuação de uma série dos anos 80, apresentada pelo cientista norte americano Carl Sagan. Agora, apresentada pelo astrofísico Neil deGrasse Tyson, assume um registo virado para um público mais abrangente que não tem, obrigatoriamente, que interessar-se por ciência.

O senhor Neil é um excelente comunicador e consegue contagiar-nos com a sua paixão pelo conhecimento científico mas, a mim, além de contagiar, deixa-me aterrorizada.

O primeiro episódio é fascinante, intrigante e um pouco cruel. Explica melhor a formação do mundo que todos já conhecemos mas, fá-lo de uma forma que nos deixa imensas questões por resolver. Pelo menos a mim.

Depois de assistir ao primeiro episódio desta série fiquei com as seguintes ideias bastante perturbadoras:

- À escala do universo, podemos bem ser apenas um micróbio num corpo maior, que vive numa realidade que é provável que nunca venhamos a conhecer. 

- O nosso nível de inteligência deve ser do mais primitivo que há, dado o desconhecimento que temos de tantas coisas, principalmente do que andamos aqui a fazer e de como é que isto de existir aconteceu.

- Tanto quanto posso perceber, podem habitar em mim micróbios mais cientes da realidade e mais inteligentes que eu. Se pode existir inteligência a uma escala igual ou superior, porque não a uma escala inferior?! Não é suposto ser tudo relativo e infinitamente desconhecido?

- Com certeza que existem montes de extra-terrestres por aí. E se nós formos os animais abandonados deles?!!!!!!!

Confesso que o meu egocentrismo humano se encontra extremamente ressentido. Na noite em que vi o primeiro episódio de Cosmos tive uma valente insónia. Depois de declamar, para a paciente pessoa ao meu lado, pérolas de filosofia existencialista de trazer por casa, durante uma meia hora, tentei dormir novamente. Sem sucesso.
Sentia um terrível cheiro a fungos no quarto. Ao mesmo tempo, não conseguia deixar de pensar em tudo o que devia fazer. Depois de duas horas e meia sem pregar olho, levantei-me pelas 5 da manhã, fiz dez minutos de yoga, paguei contas, coloquei o email em dia, vi um novo dia a nascer e, durante grande parte da manhã, esfreguei o tecto e as paredes do quarto com lixívia.

Sinto-me outra pessoa.
Agora é ver os efeitos do segundo episódio. 


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