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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Qui | 06.08.15

Palmadas educativas?!

palmada 2 

 

Não sou a favor de castigos corporais. Nem de gritos. Nem de admoestações que acabem com a caracterização de uma criança como: "mau", "feio", "burro" ou outras pérolas de simpatia.

 

Frases como: "Levei umas palmadas em criança e só se perderam as que caíram no chão" fazem-me tanto sentido como dizer: "A próxima vez que me atenderem mal no supermercado, levam um sopapo para aprenderem como devem tratar um cliente."

 

As palmadas de que falo são mesmo as "palmadinhas para sacudir as moscas da fralda", são as que não se sentem, as que não doem, porque palmadas que magoem mesmo a criança passam a deixar de ser um ato sujeito a opinião para ser um ato sujeito a punição legal.

 

 

 

Eis os meus argumentos contra o uso de "palmadas" na educação de crianças:

 

- A melhor forma de educar uma criança é pelos nossos atos, não pelas nossas palavras. Não adianta pedir-lhe para arrumar os brinquedos se nós, pais, deixarmos as nossas próprias coisas desarrumadas pela casa.

 

Da mesma forma, se batemos aos nossos filhos quando fazem algo que não achamos correto estamos a dizer-lhes que é correto usar força física quando alguém faz alguma coisa que não nos agrada.

 

- Nós não batemos (ou concordamos que não o devemos fazer) aos nossos companheiros, aos nossos pais, aos nossos colegas de trabalho. Não batemos aos desconhecidos que, por vezes, se cruzam connosco e têm atitudes antipáticas ou menos corretas. Então porquê batermos aos nossos filhos, as pessoas que mais amamos no mundo?

 

- Todos desejamos que os nossos filhos nos admirem e nos respeitem. Também queremos que sejam pessoas honestas, educadas e com bom caráter. Vamos leva-los a agir da forma que achamos correta por acreditarem mesmo nos atos ou por terem medo de levar uma palmada?

 

- Existem pais que aplicam, calmamente, palmadas aos seus filhos como quem está a proceder de acordo com uma escola de educação milenar, aplicada com sucesso, a eles próprios. Esses pais encaram a palmada como um ato de amor. São aqueles que dizem: "Que lhes dói mais a eles que as filhos, as palmadas." Tenho a certeza que não o fazem por outra coisa que não a firme convicção de estarem a fazer o melhor pelos filhos.

 

Nisto sou um pouco radical, admito, mas o que depreendo é que estão a ensinar aos filhos que as pessoas que mais amor têm por eles batem-lhes em nome desse amor. Batem-lhes, porque é necessário, embora os amem. Estão a ensinar-lhes que está ok bater em alguém que amamos. Isto soa um bocado mal, não vos parece? Parece uma cena manhosa que os "homens" (ou mulheres) dizem à companheira (ou companheiro) depois de lhes aplicarem um tabefe.

 

Então como educar quando eles fazem grandes birras e não cedem a qualquer tipo de explicação ou tentativa de conversa da nossa parte? Com todo o amor que temos por eles.

 

Com todo o amor, paciência e tempo que eles merecem. Demonstrando que os seus atos têm consequências. Demonstrando que o amor que temos por eles é incondicional, que os amaremos sempre, mas quando se portam mal existem consequências.

 

Não digo que nunca vá gritar com a minha filha ou dar-lhe uma palmada. Eu não posso prever isso, pode acontecer. Posso estar especialmente mal humorada, cansada ou stressada e não conseguir reagir com a calma necessária a uma birra. Mas vou tentar evitar isso ao máximo.

 

Neste momento a minha filha tem 16 meses e, nunca me passou pela cabeça dar-lhe uma palmada ou gritar-lhe. Ela tem dias particularmente difíceis, mas as suas birras ainda me dão mais vontade de rir do que aborrecimento.

 

O que faço é impedi-la de proceder mal quando insiste em fazê-lo. Se mexe onde não deve, afasto-a do local.   Quando começa a tentar pisar os livros ou o iPad, explico-lhe porque não o deve fazer e, se insistir no comportamento, retiro-lhe o objeto, mesmo que chore muito. Tenho esperança que perceba que, se continuar a proceder de uma forma que eu considero desadequada, vai ter consequências que lhe serão desagradáveis, embora delas nunca faça parte um ato agressivo ou menos amor por ela.

 

Vamo-nos entendendo, para já.

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