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Vinil e Purpurina

Parafernálias sobre a minha vida e a minha mente.

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Qua | 26.10.22

Uma forma diferente de motivar uma criança de 8 anos para a leitura

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Ler é vida, felicidade, conhecimento, liberdade e tantas coisas mais.
Por isso, o desejo de partilhar o meu amor por livros com os meus filhos fez-me levá-los à biblioteca desde que eles ainda gatinhavam. Fiz os seus cartões de leitor e passámos a frequentar a biblioteca e a levar livros para casa, pelo menos duas vezes por mês. Também os levo, sempre que possível, a assistirem às "Histórias Requinhas", que são sessões de leitura de histórias para crianças na biblioteca de Ponta Delgada.

Por isso, os meus primeiros três conselhos para estimular a leitura nas crianças são:

1- Ter sempre livros em casa
2- Contar-lhes histórias de uma forma interessante, apaixonada e teatralizada, principalmente quando são pequeninos
3- Levá-los à biblioteca com frequência e mostrar-lhes como existem tantos livros, sobre tantos temas e com cores, texturas e até sons diferentes.

Mas, a minha vontade de ver os meus filhos a ler é tão grande, que comecei a pressionar um pouco a Lara para ler mais. Ela leu os livros todos da coleção "O Diário de um banana" e depois não quis ler mais nada.

Um pouco depois interessou-se por livros de banda desenhada da Disney, que se habitou a ler à noite na cama, antes de dormir e, assim que acabaram os livros (que eram do pai), desinteressou-se outra vez.


Eu insistia, trazia-lhe vários livros diferentes da biblioteca e a coisa passou a tornar-se um pouco ingrata. A Lara  irritava-se com a minha insistência e rapidamente percebi que "o tiro me estava a sair pela culatra". 

Então, decidi parar de insistir. Não voltei a dizer-lhe para ler, nem a mostrar qualquer preocupação com isso.

Continuei a trazer livros da biblioteca, mas limitava-me a deixá-los à vista.

Um dia, mesmo antes de dormir, vejo a Lara a ir espreitar a estante que reservamos na sala para os livros da biblioteca (é uma estante quadrada, pequena, que leva os 20 livros que trago de cada vez).

Escolheu uns dois ou três e levou-os consigo. Continuei muda.

Alguns dias depois, reparei que estava a ler um dos livros e que andava com ele para cá e para lá, para o ler em todas as oportunidades que tinha. Fiquei muito feliz mas, mais uma vez, nada disse. Até era capaz de chamar-lhe a atenção por estar a ler em alturas indevidas só para disfarçar o meu entusiasmo: "Lara, para de ler na casa de banho! Sempre a ler esse livro, pá! Larga isso!" dizia-lhe eu.

E pronto, já está a ler outra vez, desenfreadamente e sem grande intervenção direta da minha parte. Vou trazendo os livros da mesma coleção, da biblioteca, sempre que vejo que está quase a acabar um livro e mais nada.

Isto dos miúdos entrarem na fase de quererem contrariar os pais tão cedo, exige de nós muita criatividade e ginástica emocional.

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